quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Últimas notícias

Inventei umas dores no corpo para não ir à escola hoje. Como uma ótima atriz, foi fácil convencer a minha mãe de que eu merecia um bom descanso. Especialmente hoje que as minhas aulas acabam só as 4:00 horas da tarde. Ontem, eu e C passamos a tarde naquela escola idiota pintando camisetas idiotas como "detenção" por não desfilarmos no 7 de setembro (o que é uma merda, se vocês querem saber) e tomando térmicas de café preto que conseguimos convencendo a senhora da copa a nos dar. Eu juro, JURO que mato aquela coordenadora infame se ela fizer eu estragar as minhas unhas recém manicuradas pintando mais camisetas. Tipo, ninguém merece! Além de arruinar a minha quarta-feira (e as minhas unhas), ganhei umas dores no corpo horríveis. Essa não é a minha vida, definitivamente. Mas para não ir àquele desfile ridículo, eu faço qualquer coisa.
FLAGRAS
V e B cheias de segredinhos idiotas. V estava feliz demais para o meu gosto! Sei lá o que isso quer dizer, mas eu vou descobrir logo. B e G se amassando nos corredores da escola. E, creiam, aquilo me deu enjôo. (Só um momento, vou atender meu celular: era minha mãe pedindo se eu estou melhor. Afinal, onde ela se meteu?). J fuzilando E com os seus olhos verdes lubrificados. Tomara que isso não seja o que eu estou pensando. E entrando em uma loja de lingerie e saindo com duas sacolas. Tá podendo!
Preciso voltar para a cama, beijos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Conclusões nada precipitadas

1. A minha professora de artes plásticas tem uma queda por mim, só pode. E, sim, ela é lésbica. Quando contei isso a minha amiga ela falou que eu sempre acho que todos têm uma queda por mim, e isso é meio verdade mesmo. Mas eu não duvido da perversidade daquela loura falsa.
2. Quando se está com vontade de cometer um homicídio mate os dois tempos de química na segunda-feira e vá beber capuccinos com a sua melhor amiga no Café mais próximo. Funciona mesmo. O único problema é você se esquecer que precisa perder 1,5 quilos até o fim de semana.
3. Nunca diga para o seu melhor amigo que "ela" gosta dele. Você pode estar colocando sua amizade em risco. Be careful!
FLAGRAS

P enchendo a cara e quebrando uma mesa no apê de A (sim, o meu A), seguidamente levando um tombo no meio da rua junto com R. Como se não bastasse, totalmente bêbada, liga para F se declarando e insultando o mesmo. Isso só comprova o que todos nós já sabemos: ela ainda é apaixonada por ele. Parece que agora a moda é falar verdades não ditas aos nossos estimados ex, não? Mais tarde, P aparece no Lounge com os jeans emporcalhados. Sorte dela que fica bem de qualquer jeito, nunca deixando de ser a nossa piranha preferida de todo o primeiro ano.
B beijando G no Lounge. Pelo jeito, depois de ter sido largada por K feito uma goma de mascar sem gosto, ela está pegando qualquer coisa. Sorte do nosso amigo G, porque apesar de tudo eles formam um casal meio bonitinho: a suburbaninha e o magrela infame.
J vestindo uma calça caqui sem marca e deveras curta, revelando suas meias quadriculadas e ridículas por baixo dos Nikes prateados.
M fumando maconha na frente do Moët enquanto cumprimentava a mim e à C.

domingo, 26 de agosto de 2007

Sete coisas sobre mim

De Mila e Jana: a corrente.
1. Eu só sou rica porque minha família ganhou na mega-sena há um tempo atrás, quando eu ainda era pequena. Naquela época eu não entendi quase nada, mas hoje entendo até demais. Na verdade sempre me mantive numa classe privilegiada e sou deveras grata por isso.
2. Sou mandona, mimada, possessiva, chata e irritada. Não é preciso muito pra me tirar do sério. Se você vier com qualquer piadinha estúpida pra cima de mim, sou capaz de entrar em colapso porém, nunca descendo dos meus escarpins.
3. Sou temperamental. Hoje posso te odiar, mas amanhã já estarei pedindo a sua ajuda e dizendo que amo você (o que é difícil porque eu não me entrego fácil).
4. Odiei a minha festa em comemoração aos meus quinze anos. Simplesmente odiei, apesar do local, da comida, dos convidados e da minha beleza. Odiei e pronto, mas todo mundo gostou.
5. Apesar de TUDO, eu gostaria muito de ter conhecido Cazuza.
6. Tenho uma queda por homens que abraçam, sério. Se me abraçou, sou capaz de me apaixonar. Na minha opinião, abraços são mais verdadeiros do que beijos e transmitem muito melhor as sensações. Porque eu gosto de sentir tudo à flor da pele.
7. Eu sou poeta e não aprendi a amar. Isso é fato.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Palavras...

... com a cabeça afundada no travesseiro e os olhos cerrados eu podia pensar. O meu corpo penetrando nos lençóis e a minha respiração presa. O peito pesado carregando meu choro compulsivo que insistia em não sair e todas as coisas que eu diria a você se tivesse coragem. Se eu pudesse dizer tudo o que não senti por sua causa - e veja bem, eu disse "tudo o que NÃO senti" -, eu começaria agora. Nunca chorei porque chorar alivia e eu não queria amenizar nada. Pelo menos eu podia te encarar sem medo, já que você não se importava mesmo.

Entretanto, eu estou deveras feliz pois acabei de me entregar ao meu fetiche por sapatos e comprei um par dos mesmos. E aliás, estou pensando seriamente em raptar um Christian Louboutin da minha mãe para ir à boate sábado.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Por que hoje?

Logo hoje, nessa segunda-feira cinzenta você apareceu usando aquele jeans que te deixa mais lindo do que já é. E o perfume no ar (ah, o perfume!) que me entontece. Justo hoje eu dei de cara com você enquanto bebia um Corpus light e depois me olhei no espelho para conferir o que você tinha visto. Então eu vi que não estava nada mal. Mas logo hoje eu decidi fechar os olhos e repassar as cenas no nosso filme na minha cabeça, tanto as partes verdadeiras como as fantasiadas. Você convidou "todo mundo" para, sábado, ir na cobertura do seu apê encher a cara antes de ir pra boate, e eu estou pensando seriamente em te falar algumas verdades não ditas. Justo hoje um desejo inoportuno de chorar ficou trancado no meu peito e eu precisei prender o choro. Para você ver como às vezes eu posso ser mais forte do que aparento ser. Não foi à toa que hoje eu tive medo de mergulhar o meu olhar no seu, porque seu rosto estava tão sério e impôs um respeito que eu juro não ter visto antes. Logo hoje, quando eu mais precisava, você não chegou muito perto e, de certa forma, a culpa é toda minha. Mas eu não vou me lamentar pelas coisas que não aconteceram, porque justo hoje eu descobri que você é bom de se ficar olhando e amanhã as duas pedrinhas azuis estarão brilhando como nunca, bem perto das minhas.

sábado, 18 de agosto de 2007

De olhos azuis 3

Eu precisava de um abraço. Ele se virou para mim sorrindo e perguntou se estava tudo bem, eu disse que sim. Passou as mãos pelos meus cabelos e pegou na minha mão. Você é linda, sabia? Eu sorri e mergulhei o meu olhar naqueles olhos azuis. Ele chegou mais perto, olhou bem para a minha carinha de criança e sorriu. Sorriu um sorriso profundo. Disse que aquela música não combinava comigo, que eu não precisava fazer isso para entrar na vida dele. Falou como se quisesse me proteger de qualquer coisa. Falou com o canto dos olhos abaixado, fazendo meu fôlego ficar apertado. Eu senti todo aquele calor. Ele vacilou, ficou plácido de repente. Levantei a cabeça a fim de vê-lo melhor. Então, ele me abraçou.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

De olhos azuis 2

O mundo pára: o par de olhos azuis a minha frente, eu os encaro rigorosamente, quase como um ritual religioso. Aquelas duas pedrinhas brilhando e ofuscando os filetes de sol matinal que entram pela janela, quentes e plácidos. Os olhos profundos, quase serenos, que revelam o olhar viciado e deveras verdadeiro penetrando nas minhas pupilas dilatadas. Um azul entre o claro e o escuro, o aconchegante e o traiçoeiro - um azul profano, aristocrático, azul maresia, onde seria possível mergulhar e sentir o gosto adocicado, mesmo sendo mar. Esses olhos abertos e transparentes pelos quais me viciei e não cesso de olhar. Isto porque existe o olhar e a profundidade, os quais estremecem os cílios sôfregos amendoados. Olhos que fazem mais do que apenas olhar, eles sobretudo interpretam as facetas insípidas de tantos outros olhares lânguidos e lubrificados. Este mar azul a um milímetro do meu rosto, encostando os cílios nas minhas olheiras exaustas de tanto observar. Olhos enormes - enormes e penetráveis. E a boca escura e molhada, os lábios cheios conferindo a textura dos meus, sempre com os olhos fixados e abertos sobre o meu rosto exageradamente infantil. Olho para o nariz reto, as sobrancelhas arqueadas as mechas acastanhadas emoldurando o rosto. Ele é lindo. Lindo de tirar o fôlego. De uma beleza peculiar e ao mesmo tempo copiada de um ator qualquer. Meus dedos tocam a maciez daqueles lábios ávidos. Suas mãos penteiam os meus cabelos. Se corpo atrai o meu para perto de si, na região mais quente. Meus braços estreitam algo mais do que um corpo. Minha língua faz a leitura detalhada da dele. Seu nariz encosta no meu. Os nossos suspiros discretos emanam paixão. Uma paixão adulta. A paixão que só nos dois conhecemos e completamos um com o outro. Ligações estritamente próximas. As vibrações do momento e a nossa sede afã. Minha língua lúcida penetra na boca dele. Seus olhos azuis se fecham:

domingo, 12 de agosto de 2007

O Livro dos Prazeres entre as mãos

Então, eu pergunto: será que eu preciso mesmo aprender a amar? Será que eu já não sei? Por que a introspecção complica tudo? Por que a Clarice me faz pensar tanto? Pra que pensar? Ás vezes eu penso demais. Outras, nem faço questão. Preciso estar preparada para me dar a alguém? O que significa estar preparada? Lingerie Victoria's Secret, saltos agulha Manolo Blahnik e robe La Perla? Tudo bem, não necessariamente nessa ordem. É preciso relaxar? Tomar um banho de espuma com sais de banho aromatizados? Preciso comprar velas coloridas? De que vale tudo isso? E se eu não quiser amar, só curtir. Se eu quiser fugir na hora H. Se o meu corpo não estiver pronto para me doar desse jeito. Se eu quiser, mais tarde, perder a vingirdade de novo. Se eu quiser só sexo e não amor. Se eu quiser só carinho. Se não for com quem eu desejar. Por que esse ritual é tão sagrado? Por que a dor de existir nos machuca? Pra que aprender bons modos e querer ser desejada selvagemente? Se eu não quiser. Se não estiver com vontade. De que adianta o amor? Pra que arrumar o cabelo. Pra que tanta química. De que vale um quarto bem organizado? De que vale fazer as unhas como uma boa moça? Se eu enforcar as minhas preocupações. Se é que eu tenho preocupações. Se eu disser que desisti. Se eu não estiver bem depilada. O que significa entregar-se? De que vale tanta teoria? Se eu não estiver apaixonada. Mas se eu estiver com os nervos à flor da pele. Se eu acabar caindo em tentações. Não vale nada. Não explica.
O problema é eu acabar aprendendo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Um pouco de verdade não dita

Não é nada pessoal, eu juro. A culpa das coisas serem assim é sua. Sua e da namoradinha sem graça que você descolou. Vocês dois até combinam, ambos medíocres. A diferença é que ela te ama, mas você está pouco ligando. Admite que ela não tem sal nem açúcar, meu caro, admite. Aliás, é o tipo de pessoa que você consegue manter perto de si mesmo, só porque elas se apaixonam por esse seu jeito de homem. Homem mesmo. A verdade é que você tem medo de ter alguém superior ao seu lado, alguém mais inteligente do que você, que te faça andar na linha. O tipo de covardia que um homem de verdade não tem. Um homem de verdade faz as vontades da mulher, enche-a de mimos e surpresas, esquece o machismo e esses clichês todos que pessoas baixas insistem em manter. Esse o único quesito que não torna você um homem de verdade, por mais charmoso que você seja. Ou você simplesmente acha que charme consegue suprir falta de atitude? Jamais, querido. E você deveria saber disso quando estufa o peito bem delineado demonstrando um ar de superioridade. O problema não é esse, a questão é que agora você está aí, fingindo que morre de amores pela sua Chapeuzinho Vermelho, enquanto ela sonha com você nos lençóis de Bambi dela. Deixa eu te explicar: algum dia ela também vai acabar acordando, e eu não vou mais estar aqui para suprir as suas necessidades hormonais, pode esquecer. Você não é superior em nada, a não ser pela conta bancária da sua família. Mas de que adianta? Eu não preciso dela mesmo, querido. Com a minha inteligência e o meu dinheiro, eu consigo sustentar uma cópia melhorada de você e ainda sair no lucro. Duvida? Se eu fosse você, não duvidaria. Existe muita coisa sobre mim que você não sabe, e não vai saber. Não seja bobo! É lógico que você sabe que eu tenho condições de te sustentar, mas não é disso que eu falo. Não perco tempo com isso. Eu me refiro aos meus atos, sempre inesperados e impulsivos. Mas você não viveu nesse mundinho e o problema é todo seu. Porque eu não vou ficar me lamentando por sua causa, não perco a classe por tanta besteira. E não fique com essa cara. Trate de eliminar esse ar de superioridade do teu rosto de homem, porque eu não tenho raiva de você. E eu tenho certeza de que você adoraria que eu sentisse isso a seu respeito. Mas eu não sinto. Eu só peço que você volte para o planeta Terra, entendeu?

sábado, 4 de agosto de 2007

Só para esclarecer

Isso não é uma explicação, até porque eu não te devo nada, sobretudo explicações. É apenas a resposta da pergunta que você faz todas as noites para si mesmo antes de dormir.
Eu olhei dentro dos seus olhos castanhos-esverdeados naquela quarta-feira de manhã sem que você soubesse. Olhei porque senti curiosidade, porque jamais tinha olhado antes. Desde aquele dia, notei as facetas dançando em cima dos seus cílios e o seu meio-sorriso impossível de ser decifrado. Primeiro veio a queda. Depois eu sonhei com você três vezes seguidas. Disse o seu nome baixinho e pensei que você já estava apaixonado. O que veio posteriormente foi a sucessão de dias que não terminavam mais. Foi o cheiro dos seus cabelos recém lavados. Foi a sua cara de filinho de papai. Foi tudo e nada ao mesmo tempo. Aí eu me senti o seu alvo, pronta para ser acertada pela agulha do latente sentimento do desejo. Aparências, tudo eram aparências. Aparências e indícios, é verdade. Os meus olhos brilhando e ofuscando os teus enigmas. Você sabia o que eu estava querendo dizer. Eu é que estava por fora de todas as tuas terceiras intenções. Perguntou como eu queria que você me chamasse, e nesse momento, tive vontade de gritar para todo mundo o que estava sentindo por dentro. Tudo aquilo que eu dissimulava cautelosamente. Mas não o fiz, simplesmente por orgulho. Por sempre querer estar por cima. Fodeu. Passaram-se as semanas, estava chegando perto. Dois dias antes eu dancei com você. Foi quando cheguei mais perto e pude ler o que antes não conseguia. Li, reli, vacilei. Achei que as coisas continuariam como estavam, sempre lentas. Talvez elas acelerassem, talvez não. Não poderia dar errado. O quebra-cabeças estava terminando, eu agitava a minha normalidade por cima de você e selecionava as memórias válidas. Não foi em vão. Você e eu sabemos disso. Terminou antes mesmo de começar, mas não significa absolutamente nada agora. E é só por isso que eu não consigo mais olhar pra você.

Sobre a semana

1. Mommy quase - quaaaaase - não liberou dinheiro pra eu adquirir um casaco de cashmere lindo, simplesmente porque, segundo ela, o casaco era igual a um que eu tenho. O que é mentira, visto que o novo tem botões e o outro é de zíper. Mas felizmente, ela comprou e eu não vejo a hora de usá-lo!
2. It's time to be a big girl now, e é exatamente por isso que eu vou extinguir as paredes de cor lilás do meu quarto e trocar por tons de vermelho. De quebra, acrescentarei detalhes (tipo, edredons, puff's, porta-retrato e afins) zebrados ou então tigrados. Aceito sugestões. Afinal, é sempre bom mudar, ?
3. A minha melhor amiga insiste em dizer que eu estou apaixonada por D. Mas isso é mentira, uma vez que a) eu não me apaixono, b) faz séculos que a gente não se fala, c) eu estou tão carente que ando tendo quedinhas por cada um que passa na minha frente. Ela é que está apaixonada por A, e isso é lindo!
4. Será que o inverno não vai acabar? Eu gosto dele, de verdade. Mas às vezes o verão faz falta.
5. O italianinho é lindo mesmo. Mesmo. Mas tem cara de argentino, o que não é nenhum pouco ruim. É loiro, bronzeado de sol de Liguria e o jeito que ele fala é de tirar o fôlego. Como se não bastasse, veio da capital de moda. E talvez eu case com ele e vá morar em Milão de vez - arrã.
6. Não tenho vontade de postar. Não sei o que postar. E não devo satisfações a ninguém.
7. You know you love me.