sábado, 4 de agosto de 2007

Só para esclarecer

Isso não é uma explicação, até porque eu não te devo nada, sobretudo explicações. É apenas a resposta da pergunta que você faz todas as noites para si mesmo antes de dormir.
Eu olhei dentro dos seus olhos castanhos-esverdeados naquela quarta-feira de manhã sem que você soubesse. Olhei porque senti curiosidade, porque jamais tinha olhado antes. Desde aquele dia, notei as facetas dançando em cima dos seus cílios e o seu meio-sorriso impossível de ser decifrado. Primeiro veio a queda. Depois eu sonhei com você três vezes seguidas. Disse o seu nome baixinho e pensei que você já estava apaixonado. O que veio posteriormente foi a sucessão de dias que não terminavam mais. Foi o cheiro dos seus cabelos recém lavados. Foi a sua cara de filinho de papai. Foi tudo e nada ao mesmo tempo. Aí eu me senti o seu alvo, pronta para ser acertada pela agulha do latente sentimento do desejo. Aparências, tudo eram aparências. Aparências e indícios, é verdade. Os meus olhos brilhando e ofuscando os teus enigmas. Você sabia o que eu estava querendo dizer. Eu é que estava por fora de todas as tuas terceiras intenções. Perguntou como eu queria que você me chamasse, e nesse momento, tive vontade de gritar para todo mundo o que estava sentindo por dentro. Tudo aquilo que eu dissimulava cautelosamente. Mas não o fiz, simplesmente por orgulho. Por sempre querer estar por cima. Fodeu. Passaram-se as semanas, estava chegando perto. Dois dias antes eu dancei com você. Foi quando cheguei mais perto e pude ler o que antes não conseguia. Li, reli, vacilei. Achei que as coisas continuariam como estavam, sempre lentas. Talvez elas acelerassem, talvez não. Não poderia dar errado. O quebra-cabeças estava terminando, eu agitava a minha normalidade por cima de você e selecionava as memórias válidas. Não foi em vão. Você e eu sabemos disso. Terminou antes mesmo de começar, mas não significa absolutamente nada agora. E é só por isso que eu não consigo mais olhar pra você.

10 comentários:

Lis. disse...

Seus textos me fizeram lembrar o filme "Dr. Jivago" uma pelicula de mais de três horas de duração.

Verdadeiramente, uma grande emoção tanto que assisti umas três vezes no cinema em sua época.

Mas... os tempos mudaram, e hoje percebo mais maduro, que uma bonita história de amor feliz, começa de forma bonita, e permanece sempre assim.

Haya disse...

Aquela coisa né... não precisa ser pra sempre, mas precisa ser até o fim. Mãããns, as histórias inacabadas sempre permanecem. Um saco isso.
Love u, my baby!

caracol menina ~° disse...

Um respostão.
Ainda não acredito que vc tenha 15 anos apenas.
Com essa capacidade de fazer viajar tanto pelos seus pensamentos...
É.

bjão tá

Haya disse...

Ain... eu nao vi que tinha um post ali embaixo que eu ainda nao havia comentado.
Então:
1. Zíper e botão são coisas completamente distintas. Fez certo sua mammy.
2. Eu adoro tudo que tem estampa de bicho. Hum... menos vacas.
3. Eu tb não me apaixono. Nunca.
4. Estou acinzentada sem sol. Mas o frio é tão mais chique.
5. Eu adoro a Itália. E os italianos, em geral. Ai ai.
6. Idem.
7. Yes, I do. ;)

Jana disse...

Porque a gente ter que ir até o fim, do que da prazer e do que faz sofrer...

beijos

Marcelo disse...

Acho que agora ficou bem claro, não? =)
Ou, mais confuso ainda...Vai saber.

Beijos, honey.

Lucas Santos disse...

Grande resposta!
E talvez tenha sido melhor ter terminado antes de começar
Bjos

caracol menina ~° disse...

já sei. os templates são como as suas roupas... né =D

legal demais

Anônimo disse...

Queria ter toda essa sua força. Estava sumida mas voltei, vou te linkar. Bjoo

Anônimo disse...

quando der vontade de gritar como se sente por dentro outra vez... GRITA!
e grita bem alto, pra todo mundo escutar ;o)

adorei a cronica
bjo