terça-feira, 25 de setembro de 2007

Dor

Não - dizem que nunca se deve começar a falar de algo com uma negação, mas eu prefiro fazer poesia. Não é uma dor ruim, não mesmo. É apenas... intensa. A dor de ser intensa, a dor de ser. Uma dor serena e plácida, quase figurativa. Então eu prefiro fechar os olhos para não precisar sofrer. Sofrer a dor de ser. A dor de assistir o vento brincando com o cabelo dele, de ver seus lábios sorrindo - mesmo que o sorriso não seja para mim. A dor que surge sem motivo aparente, no fim do dia, e que rasga o sol em um véu alaranjado degradê. Essa é a minha dor. Uma dor precisa e azul. Diferente daquela que encharca o rosto de água, diferente da dor que se sente quando se perde alguém. É uma dor boa. Boa, não. Sincera, talvez. Profunda. Insaciável. Profana. A dor que sinto todos os dias quando as cores dos olhos dele me fuzilam; a dor que nego a qualquer custo e que está sempre ali: intacta. É uma dor que vem das músicas de Frank Sinatra, de Mozart, de quem sabe fazer poesia. Mas me faz bem. Está sempre me consumindo, prendendo a minha garganta, segurando o meu choro que se transforma em estardalhaço. A dor da insônia, da verdade, das covinhas enterradas no seu rosto de criança. A dor do gosto de um Camel sem filtro, do beijo, da voz apertada. Uma dor que é só minha; que apenas atinge a mim: a mim, que sou quase inexistente. A dor da fagulha ensurdecedora que contamina minha respiração leve com as visões desfiguradas do retrato dele. A dor de tudo o que está ao meu redor. A dor daquilo que não posso ver. Aquela dor que não está aqui, em lugar nenhum. Do vazio. A dor de perguntar a alguém onde está a dor e não receber resposta alguma. Dor. D.O.R. A pura e complexa dor de saber que o que mais dói é saber que ela está aqui - aqui, ocupando o lugar que é só dele.

domingo, 23 de setembro de 2007

Sobre os dias de fossa

Vem dia dos namorados, vai dia dos namorados e nós continuamos sozinhas nos entupindo de Ferrero Rocher até não entrarmos no nosso jeans Forum favorito e ouvindo Brenda Lee nos nossos Ipods cor-de-rosa. So sad, devo admitir. O bom é que depois podemos vomitar, mas isso é outra história. A questão é o que, naturalmente, não nos acontece. Como por exemplo, gastar o maior tempão nos produzindo para uma festa badalada em plena quarta-feira e ser praticamente ignorada pelos nossos respectivos pretendentes. Confesse: não dá a maior vontade de ir até ele e vomitar todas as palavras presas na garganta engolidas com chocolate? Algumas de nós fazem isso, o que acaba facilmente denegrindo a nossa imagem impecável (ou nem tão impecável assim)e fazendo com que nos chamem por adjetivos deveras comprometedores do tipo, atiradinha, piranha e fracassa. E cá entre nós que nenhuma garota que se preze merece ouvir esse tipo de coisa, estou certa? A não ser algumas inhas por aí com quem a gente tem, digamos assim, um certo espírito rival. Dá vontade de chegar nos ouvidos imaculados deles e sussurrar as frases que tanto dizemos para os nossos travesseiros de fronhas egípcias durante nossas incessantes insônias. Dá vontade de estar a um centímetro do rosto de criança deles e olhar, bem de perto, aqueles traços aristocráticos. Dá vontade de libertar o nosso lado piranha e nos atirar nos braços deles pra não soltar nunca mais. Dá vontade de coisas que deixariam qualquer um constrangido, menos a gente. Por que nós somos gossip girls. Eternas bonequinhas de luxo.

sábado, 22 de setembro de 2007

Pra você

Vou te contar uma coisa: desse jeito não tem graça, não mesmo. Eu sou a única por aqui que está interpretando e fazendo o impossível para encarnar a personagem que te olha sem que você supervalorize as suas habilidades. É sério. Às vezes é insuportável bancar a Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo e fingir indiferença mergulhando o meu olhar no teu. Porque você sabe mais do que ninguém o que eu sinto, só não está querendo acreditar. Pense em todas as coisas que eu falo e tente lembrar da minha expressão e dos meus olhos fixos nos teus, absorvendo as pistas acomodadas dentro deles. Não é tão difícil quanto parece. Eu sou uma patricinha mimada e fútil que transforma tudo em uma cena bem 50’s e você tem que aprender essas coisas. Você é inteligente, profundo e lindo. Isso é o que põe toda a minha serenidade a perder. Tenho vontade de falar muitas coisas a você, mas na verdade acho que não sei o que dizer porque você me deixa muda e sem ação. Uma verdadeira babacona sem ação. O pior é que você tem total consciência de que pode, apesar de não confiar nas pessoas e falar certas coisas por impulso. Eu te conheço bem mais do que você imagina, porque de certa forma existe transparência no que você diz. O que mais me deixa em dúvida é esse sarcasmo todo que faz com que eu não saiba quando você está falando a verdade ou mentindo (bem do jeito que eu faço). É mais complexo do que parece, disso eu tenho certeza.
Isso é tudo mas não é nada.

domingo, 16 de setembro de 2007

O meu poeta desgrenhado

Ele tem os cabelos louros e os olhos cheios de mistérios. Ele não é o mais bonito, nem mais o alto e contudo parece brilhar um pouco mais do que outros. Ele gosta de falar sobre os mistérios do universo e de me abraçar. Acho que eu gosto dele, mas ele não tem os olhos azuis escuros e o olhar mais profundo que eu já vi. Pra que se torturar com o cara que você sabe que é o certo, se você pode amar todos os errados?
You know you love me,
gc.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Em relação à verdade, aprendo depois!



Já escrevi milhares de coisas aqui, só pra no final dizer que eu quero um amor intenso. Dá pra entender?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O que restou do fim de semana

Ingresso de cinema, números novos, Nikes de menininha, papel de Twix, cartela de Desobesi, extrato bancário, Gossip Girl, choro no travesseiro, complexo de B, Umbrella, Ipod, cutículas fodidas, unhas sem esmalte, saudades do meu melhor amigo, perfume DKNK, gomas de mascar, flagras, decisões corretas, bateria fraca, Malboro Light dentro da bolsa, salto agulha no meio do asfalto, pura nostalgia, óculos de sol quebrado, diários antigos, Halls vermelho.
FLAGRAS:
B terminando com G na sala do primeiro ano. Finalmente ela caiu na real de que aquilo era nojento e ridículo. V e C criando coreografias de Street Dance na aula de dança. Eu sou muito mais ballet clássico! E A, o nosso queridinho A, sentado na escadaria da escola mirando o nada. Isso não é fofo?
Ciao pra vocês, porque agora eu só quero dormir até o nunca!

domingo, 9 de setembro de 2007

Dez coisas que me irritam

Corrente passada pela Mila. (beijo, gata!)
1. Esperar. Na verdade, acho que ninguém gosta. Mas aquele clima pesado, aquela ansiedade e o tédio que vem junto com a espera me cansam! Detesto e esperar as unhas secarem, a tinta fazer efeito no cabelo, o horário na sala de espera do analista e as minhas minhas amigas que estão sempre atrasadas. Tem coisa pior? Pior que tem.
2. Filme dublado. Além de acabar com a emoção dos personagens, aquelas dublagens irritantes são sempre com os mesmos atores idiotas. Fica parecendo filme de sessão da tarde como diz a Martha Medeiros. E não me venha com a desculpa de que é impossível prestar atenção nas legendas e no filme ao mesmo tempo, por favor. Vou começar a achar que você tem sérios problemas de assimilação.
3. Bafo de cerveja. Sem comentários. Além de ser uma coisa nojenta e totalmente trash é deveras deselegante. Ah, e se você estiver a fim de me beijar masque um Trident de hortelã ou tome uns goles de Martini por cima, por favor.
4. Umidade no ar. Porque estraga toda a escova que eu levei horas pra fazer e faz com que eu me sinta feia. Tem coisa pior do que sair com o cabelo, tipo assim, todo armado? Bem, se você for a Kate Moss, tudo bem. Mas se não for...
5. Esmalte vermelho. É uma cor divina, fala sério. Quiçá, a mais bonita. Mas pense: você faz as unhas às quartas e as pinta de vermelho... vamos levar em consideração que elas irão durar no máximo até domingo (isto é, se você não tiver o desprazer de fazer serviços domésticos nojentos do tipo lavar a louça - arrrrrghhh!-) mas até a próxima quarta elas estarão um lixo, e cá entre nós, ninguém merece sair por aí exibindo unhas descascadas. De duas uma: ou você anda como uma puta barata mesmo, com o esmalte pela metade ou tira o resto do vermelho com removedor de esmalte (que é difícil pra caramba e mancha as suas mãozinhas delicadas). Porra, não tem um jeito mais fácil não? Entretanto, eu continuo pintando as unhas de vermelho, por mais que isso me irrite.
6. Academia. Odeio, odeio, odeio! Sou taurina e preguiçosa! Prefiro ficar sem comer do que me matar numa esteira idiota! Fazer o que...
7. Cantada de pedreiro. Sem comentários. Você está passando, linda, em frente a uma construção, com os cabelos sedosos batendo nos ombros, cheia de sacolas nos braços e ouve um assobio irritante de um suposto serviçal de merda. Porra, sem comentários mesmo.
8. Grosseria masculina. Afinal, homens foram treinados para serem legítimos gentlemen e não cópias de favelados que batem em mulher.
9. Professores mal comidos. Até parece que já não nos basta a TPM da nossa melhor amiga e, pior, a nossa!
10. Calores no meio inverno. Tipo, você sai na rua e vê pessoas de sobretudo e outras de blusa sem mangas. Tipo, nonsense total!
PS. Podem pegar à vontade.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ultimamente...

cheia de olhar o visor do meu Nokia rosa metalizado e ver o nome dele piscando ao invés do seu. Isso é, tipo assim, quase um suplício. Não é drama, eu juro pelos seus olhos azuis. Mas quantas vezes eu vou ter que repetir para mim mesma que sou atraída por você e não tem mais volta? Bem, acho que mais algumas milhares de vezes...
FLAGRAS
B atirando uma caneta para E nos corredores da escola. Sim, muito relevante. P com a calcinha aparecendo por cima dos jeans da Ellus. G com um moletom Tommy Hilfiger amarelo de dar dor dos olhos andando com A (suspiros) em frente a uma loja da Roxy. B e G (desta vez, outro G) se amassando novamente na frente de todo mundo. Será que eles não notam que isso é nojento? Eu, a ponto de colocar minha Coca Light pra fora assistindo àquela cena deveras dégout.