sexta-feira, 9 de março de 2007

Festa, festa, festa

Festa na casa da Stephanie. Onde a Stephanie mora?
O que eu vou vestir? Jeans Forum, bata preta com fita de cetim e sandálias prateadas TNG? Ou vestido estampado Carmim, rasteiras douradas e minha linda pulseira de cristais Swarovski?
Na verdade, eu não tenho cabeça pra ir naquela festa. Nenhum pouco. Mas eu tenho que honrar a minha reputação, não é? E dependendo das conseqüencias, até que pode ser bem divertida, apesar das minhas pernas moídas e minha cabeça explodindo.

Espera aí... será que eu não desisto de tudo e visto jeans Colcci, camiseta com "Glamour" em paetês e Nikes prateados com rosa?
Já tô vendo que a guerra vai começar...

Desejem-me uma boa festa, por favor.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Essas mulheres...


Audrey Hepburn: pela mulher linda, sofisticada e solidária que ela foi.

Ser mulher é muito mais do que ficar horas se arrumando na frente do espelho, como se tivéssemos precisado de criadas bem treinadas para nos atender.
É mais do que ter as mãos delicadas e as unhas perfeitamente manicuradas.
Ser mulher não é apenas ter os cabelos cheirosos e os fios em seus devidos lugares, até mesmo quando venta.Ou ter o consolo estampado nos nossos cílios de borboleta.
É mais do que chorar em um filme triste e ficar com um rostinho meigo.
Ser mulher não consiste apenas em fazer crianças pararem de chorar.
Significa fazer com que todos sorriam.
Ser mulher é fazer o inventário do guarda-roupa inteiro e não ter nada para vestir.
É muito mais do que comprar todas as coleções dos melhores estilistas só para aliviar a depressão.
É procurar nuvens no céu que se pareçam com a gente.
É ter trilha sonora para os romances.
Ser mulher é tentar não se apaixonar.
É trazer os homens para perto, para que eles fiquem apaixonados.
E não quer dizer que não amamos. Mulheres tem apenas medo de quebrar.
Ficamos tristes quando acabamos os namoros.
E é verdade, vingamos-nos quando temos razão.
Ser mulher é mais do que se dar ao luxo de dizer que não agüenta mais.
Ser mulher é resistir.
É existir.
E muito mais do que existir, ser mulher é gerar novas vidas.
Ser mulher é ser forte, mesmo quando tudo está por um fio.
É ter a certeza de que iremos conseguir.
É vencer.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Esgotada

Eu poderia estar dentro de uma câmara de bronzeamento. Ou lendo uma edição da Vogue e babando pela nova coleção de Alexandre Herchcovitch. Eu poderia estar naqueles almoços maçantes dando três beijinhos e dizendo "como vai?" para todo mundo. Ou numa aula de yoga. Ou dando uma volta de carro por aí. Ou fazendo compras. Eu poderia sorrir e ser simpática com toda aquela gente chata, só pra honrar a minha pessoa. E molhar os meus pés no melhor mar do país. Ou faltar aula e viajar com o som de Regina Spektor. Eu poderia ligar pra qualquer pessoa para tomar um capuccino no Le Petit Café e comentar sobre quem engordou desde o final das férias. Poderia sentar a bunda naquelas cadeiras de couro preto do meu salão preferido e só sair de lá quando estivesse realmente gostosa. Mas eu realmente prefiro não fazer nada disso. Eu só quero afundar a cabeça no meu travesseiro mega macio e dormir até que o meu cansaço tenha sumido por completo e até eu acordar com o clamor da manhã de fim de verão.

terça-feira, 6 de março de 2007

Pessoas


Pessoas: aquele monte de personagens inertes, apressados, com suas expressões carregadas, suas bocas entorpecidas e seus olhos implorando por dias melhores. Mesmo os pobres, os ricos, todos eles. Todos olham e não vêem passar o tempo, seja no inverno ou no verão, enquanto suas sombras deslisam pelas avenidas cheias de lojas e anúncios, out-doors com rostos ampliados e retocados, vitrines com roupas e preços, com tudo o que elas já têm e sentem-se enfadadas por não existir nada melhor, e todos os produtos supérfluos der que elas não precisam. Esses rostos ocultos não sabem quem são, nem da onde vieram. Alguns, perderam seus sentido, perderam-se nas próprias linhas desfiguradas de suas faces maqueadas e exaustas - exaustas por terem de agüentar os outros: os chefes, os pais, os flertes, ou aqueles que assitem tudo às escondida, quem têm poderes para confundir essas vidas ao redor de problemas intermináveis. Milhões de seres escrotos tropeçam nas próprias pernas, às vezes, sem querer. Censuram seus traidores, fuzilam atitudes baratas apenas com aquela mesma visão antiga e fosca, sufocam seus próprios ideais usando roupas um pouco -somente um pouco- mais caras ou mais recentes do que as deles, dissipam suas silhuetas em uma cama - em noites que, de certa forma, não deveriam ter existido. Seus dedos bêbados viciam-se com os mesmos toques, o mecanismo usual de pendurar bolsas de dois mil em seus ombros bronzeados e esguios. E os homens, pagando bebidas caríssimas só para transar com modelos anoréxicas, à beira da morte, que ainda insistem em fazer biquinho para a platéia aflita, com saltos altos embaixo do corpo maltratado e grifado. Enquanto criancinhas morrem de fome por todo o lado, em cada esquina, e trabalhadores honestos lutam arduamente por salários mais dignos, afim de colocar pão em cima da mesa para os seus cinco filhos -deixando de lado o que está na barriga de suas mulheres- que crescerão desajustados e drogados, aceitando qualquer "bico", já que não têm emprego, nem estudo, nem vontade. Mas não interessa, ninguém está ligando para toda essa gente. E não, a culpa não será dos trabalhores honestos, afinal deram educação e decência ao seus filhos, sem contar os valores positivos dos seres humanos. A culpa é de quem anda por aí com o jornal na mão e o olhar despreocupado, aquele monte de personagens inertes. A culpa é da sociedade, de todos, e não há cor, raça ou credo que a delimite, é apenas uma questão de opinião.


(post confuso de uma autora confusa)

domingo, 4 de março de 2007

Complexo dos anos 60

Post fraquinho, bem fraquinho. Só pra não perder o costume e pôr para fora o que eu preciso dizer sobre os anos 50 e 60.

... eu cheguei à conclusão de que a maioria das pessoas não se importa em ter classe ou em ser educada, elas simplesmente não estão nem aí. Não é algo que me incomoda, mas a minha insistência em querer ter vivido naquela época preta e branca, onde tudo parecia mais sofisticado, ninguém usava jeans, todos eram perfeitamente educados e todas as mulheres tinham cabelos incríveis, enfim, essa minha ânsia é algo que não vai acontecer, é como um sonho.
Quem dera ser Audrey Hepburn em Como Roubar um milhão de Dólares ou Anne Baxter em A Malvada, e ter um namorado tão lindo quanto Clark Gable em Aconteceu Naquela Noite. Eu sei, havia uma guerra naquele tempo mas ainda sim era melhor porque todos conseguiam viver em harmonia entre um cigarro no bico e um drink na mão.
Mas como nada disso pode se tornar realidade, eu me contento em apenas contemplar os meus DVD's clássicos e os meus romances ultrapassados.

sábado, 3 de março de 2007

O meu amor é vingança



Estaria mentindo se dissesse que nunca imaginei nossos corpos se encontrando. Durante algum tempo, esperei teus lábios salientes roçarem de leve a minha boca, para sentir a química. Desejei estar de noite ao teu lado, no teu colo, degustando tua pele em etapas, com algumas doses de beijos, e mergulhar a fundo no azul celeste dos teus olhos exaustos, buscando teu ponto fraco, relendo as entrelinhas enigmáticas do teu rosto imaculado. Imaginei-me cantando baixinho no teu ouvido, com um sussurro débil, aquelas melodias do teu incosciente que tu tanto gostas. E para sempre tu irias achar, se acontecesse, que eu era tua dona e te fazia estremecer. Embalado no balanço do meu corpo, tu provarias, uma a uma, as minhas inocências libertas, até cessá-las. Tu me envolveria em teus braços ansiosos, amaciaria meu sorriso - deslisando mãos leves pelas minhas costas - só pra eu ser feliz...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Entre os lençóis de cetim

... passou a noite inteira me apalpando, até a aurora se levantar e iluminar as nossas carnes exaustas. Não era um toque qualquer, era diferente dos anteriores, havia mais delicadeza. Era um toque que emergia ansiedade. Seu braço pousava nas minhas costas e testava meu corpo, parte por parte, sempre descobrindo marcas explícitas que saiam do meu inconsciente. Jazíamos imaculados e submersos em meio aos lençóis de cetim, lendo um as entrelinhas do pensamento do outro. Roupas atiradas no tapete persa, bocas entreolhando-se numa sincronia perfeita, desejos delineados nas nossas faces desfiguradas. Podia ouvir, do fundo da minha imaginação mais longínqua, melodias de uma música antiga, mas expressiva. De costas você me parecia tão familiar, tinha algo Cary Grant no jeito como você se movimentava cautelosamente, minhas mãos acariciavam sua nuca e meus beijos quentes e incansáveis faziam renascer seus anseios naquela noite fria. Pernas entrelaçadas, braços estreitando algo mais do que o corpo, e o cheiro de paixão exalado dos nossos suspiros discretos. Aos poucos, tudo se acalmou e você dormiu como um anjo terno, enquanto eu olhava seus traços e os comparava com cada raio de sol miúdo que era filtrado pelas cortinas.
Na minha cabeça, aquela música velha voltou a tocar, saudando a nossa imensa solidão a dois.