terça-feira, 6 de março de 2007

Pessoas


Pessoas: aquele monte de personagens inertes, apressados, com suas expressões carregadas, suas bocas entorpecidas e seus olhos implorando por dias melhores. Mesmo os pobres, os ricos, todos eles. Todos olham e não vêem passar o tempo, seja no inverno ou no verão, enquanto suas sombras deslisam pelas avenidas cheias de lojas e anúncios, out-doors com rostos ampliados e retocados, vitrines com roupas e preços, com tudo o que elas já têm e sentem-se enfadadas por não existir nada melhor, e todos os produtos supérfluos der que elas não precisam. Esses rostos ocultos não sabem quem são, nem da onde vieram. Alguns, perderam seus sentido, perderam-se nas próprias linhas desfiguradas de suas faces maqueadas e exaustas - exaustas por terem de agüentar os outros: os chefes, os pais, os flertes, ou aqueles que assitem tudo às escondida, quem têm poderes para confundir essas vidas ao redor de problemas intermináveis. Milhões de seres escrotos tropeçam nas próprias pernas, às vezes, sem querer. Censuram seus traidores, fuzilam atitudes baratas apenas com aquela mesma visão antiga e fosca, sufocam seus próprios ideais usando roupas um pouco -somente um pouco- mais caras ou mais recentes do que as deles, dissipam suas silhuetas em uma cama - em noites que, de certa forma, não deveriam ter existido. Seus dedos bêbados viciam-se com os mesmos toques, o mecanismo usual de pendurar bolsas de dois mil em seus ombros bronzeados e esguios. E os homens, pagando bebidas caríssimas só para transar com modelos anoréxicas, à beira da morte, que ainda insistem em fazer biquinho para a platéia aflita, com saltos altos embaixo do corpo maltratado e grifado. Enquanto criancinhas morrem de fome por todo o lado, em cada esquina, e trabalhadores honestos lutam arduamente por salários mais dignos, afim de colocar pão em cima da mesa para os seus cinco filhos -deixando de lado o que está na barriga de suas mulheres- que crescerão desajustados e drogados, aceitando qualquer "bico", já que não têm emprego, nem estudo, nem vontade. Mas não interessa, ninguém está ligando para toda essa gente. E não, a culpa não será dos trabalhores honestos, afinal deram educação e decência ao seus filhos, sem contar os valores positivos dos seres humanos. A culpa é de quem anda por aí com o jornal na mão e o olhar despreocupado, aquele monte de personagens inertes. A culpa é da sociedade, de todos, e não há cor, raça ou credo que a delimite, é apenas uma questão de opinião.


(post confuso de uma autora confusa)

6 comentários:

Alê Quites disse...

São pessoas que geram desejos, necessidades e vida.
Adorei o texto.
Beijos*

Dani disse...

Colega, muita calma nessa hora...que passas??? Quanta coisa vc esreveu ao mesmo tempo!!!
além de complexada, tá confusa a bichinha, rsrsrsrs
Tô chateada hj =(
bjsss

Anônimo disse...

Que texto magnifico. Vc descreveu perfeitamente a sociedade pós-moderna. Criamos algo que nao sabemos pra que e nem porque e não sabemos nem aonde vai dar...
Mas criamos...

bjsss

Lis. disse...

Hello Well-girl!!!
Thank you by your comment in my blog.

A verdade é que tú estas a deixar de ser complexada aos poucos. (Ou será que nunca foi?)

O que você escreveu, eu analizo de uma forma muito fria. Havia em tempos idos, muita cultura dentro do seio de familias tradicionais. Ensinamentos que eram passados de pai para filho, que aos poucos, foi se perdendo em vista das grandes catástrofes, tais como guerras, revoluções, perseguições. etc. A verdade é que os valores foram se perdendo. Eu sei disso porque só para você ter uma idéia, o meu 1° ancestral que pisou no Brasil há seculos atrás, era um Eng. Alemão construtor de pontes, que morava em Rio Pardo(RS), onde as casas eram construídas com três telhados, a eira, a beira, e a tribeira, e com o passar dos tempos, a estrutura familiar foi-se quebrando, a pobreza, a miséria, está associada a falta de cultura. É nesse ponto que se dizia: Eles não tem eira nem beira. Nem tanto pq. só a tribeira era construida pelos de menos posse, faltando nos telhados das casas a eira e a beira, mas a triste herança da ignorância. As vezes, eu mesmo fico abismado, como muitos não conseguem reconhecer em suas próprias vidas, o que é sensato. Falta dicernimento, falta conhecimento. Até a própria escritura menciona um dito de Jesus Cristo que afirma: Se conhecerdes a verdade, a própria verdade vos libertará. O povo sem dúvida é cativo na rotina, e a rotina gera pessimismo que conduz a morte espiritual. Ser feliz é poder amar sem fronteiras, visto que o amor não se conjuga no passado. Entretanto, com o mundo perdido do jeito que está, temos pouca chance de viver-mos a tal sonhada felicidade, que é uma só para todos. Falta confiança e esperança no próximo. Falta cultura, e poderia-se dizer que falta Deus, em seus ensinamentos postos através dos profetas. Falta vida e vida em abundância em todos. Em você, em mim, nos vizinhos, no seio familiar, no mar... de apuros em que todos estamos mergulhados longe de tudo que é vida. Viver é poder amar-se longe da ignorância que aprisiona. Nota-se que ainda hoje, que quem tem conhecimento pode. Quem não tem só se sacode. All right or not?

Jana disse...

a culpa tb é nossa...

Beijos

Su disse...

Andaste observando, ahn? De fora pra dentro ou de dentro pra fora?
Beijo!