sexta-feira, 13 de abril de 2007

tododia

Mais um dia difícil. Esses cinco minutos que faltam para o período de história cessar, não terminam nunca. Estou enfadada dentro desse uniforme cinza. Lá fora, vejo as pessoas que se mostram ocultas embaixo de seus olhares impassíveis. Está frio e eu não ouço mais nada; nem mesmo a voz da professora que até a poucos instantes me entorpecia pouco a pouco e expulsava todos os pensamentos impróprios que jaziam na minha consciência. Eu quero ir para casa e fazer qualquer coisa, menos ficar aqui olhando pra nuca dele e me perguntando os motivos por que eu estou apaixonada, merda. Tem um fio de cabelo no casaco dele. Será que é de mulher? Espero que não. De qualquer forma, o sinal bate e eu volto para a minha órbita. Apanho a minha mochila Puma rosa bebê e saio em disparada na direção do corredor porque eu preciso enfiar os meus livros dentro do armário e sair logo daqui. Sinto alguém puxar o meu braço: é Vicky, sem dúvida. Contra a minha vontade, vamos eu, Vicky, Laetita e Betina ao Le Petit Cafe para, certamente, falar mal da vida alheia, como de costume. Pedimos os nossos capuccinos com canela e adoçante e começamos a comentar sobre os nossos amores mal sucedidos e as vinganças que pretendemos planejar contra as garotas que querem roubar os nossos devidos pretendentes. Ah, como esses encontros são maçantes! Eu não lucro nada, ninguém lucra. Mas esse, de qualquer modo, não é o objetivo, visto que a única coisa que queremos demonstrar é que somos desocupadas e não temos nada para fazer o dia inteiro além de falar mal das nossas amigas e fazer compras no shopping. E o pior é que isso cansa, cansa mesmo. Eu tenho dez festas para ir até o final do mês, e a mínima vontade de marcar presença nas mesmas. E não é porque não tenho o que vestir ou porque estou gorda demais. É simplesmente pelo fato de eu não querer olhar pra cara dele sem poder beijá-lo, só isso. Quando me dou conta, estou quase roendo as minhas unhas, mas sou interrompida por Vicky que tira o meu dedo da boca (ainda bem). Betina está em dúvida sobre a cor do vestido que ela vai usar na festa de Vicky. Vicky não sabe se namora C ou G. Laetita quase chora porque diz que está com a bunda grande demais. E eu só penso em B. E em como B é lindo. E, principalmente, o fato dele não ser meu.
O dia não me rendeu nada. Saímos, as quatro, com um capuccino na mão e fomos desfrutar na neblina que nos esperava, lá fora.

3 comentários:

caracol menina ~° disse...

Sei que depende da visão de achar que esse programa é ruim porque eu me encontro sem sair, sem amigas e sem ocupação. Mas, eu tenho alguém e ele é minha salvação mais doce.
So bre o Le Petit, o minimo que a minha cidade tem são sorveterias e qdo tem cafés, são os olhos da cara. =/
Adoraria uma cidade fria, cheia de coisas retrô e muitas cafeterias e bibliotecas. Meu sonho de consumo.

Boa Sorte com B.

Lis. disse...

Bom o seu texto Garota complexada.
Tem desenvoltura, minúcias, e um que de vida a mais incluso.

Congratulations.

Haya disse...

Quero tomar capucicno com vcs um dia e ajudar nos planos.