domingo, 8 de abril de 2007

cansada de imaginar

Foi por um minúsculo filete de luz que eu descobri o rosto que adentrava aquela boate escura. Era B. B tem olhos seráficos e o sorriso indecifrável que esconde suas más intenções. Ele tem a capacidade de me desestabilizar emocionalmente e de me fazer cair em suas tentações perversas. B é o garoto dos meus sonhos; ou aquele-que-balança-meu-coração. De qualquer forma, quando ele chegou eu já estava na minha décima segunda dose de vodca. Não queria me embebedar. Só estava tentando encontrar um motivo para estar ali, no meio dessa gente toda, quando poderia, muito bem, estar na minha cama de casal King Size ouvindo Pavarotti ou mesmo, Caetano Veloso. Mas eu estava ali, e era esse o problema. Não precisava haver um motivo específico. Mas eu queria um naquele momento. As pessoas dançavam Elvis Presley freneticamente, esbarrando umas nas outras. Enquanto eu ficava oculta a todos aqueles corpos, desejando B a toda hora. Querendo que ele viesse na minha direção, me empurrasse contra a parede e me beijasse até o nunca. Eu queria me sentir como Greta Garbo no Night Club. Eu queria ser a namoradinha de B. Já tinha perdido a noção do tempo, era fato. E entre um drinque e outro eu ia perdendo as ilusões que brilhavam nos meus olhos. Pessoas trepavam por todos os lados. Tinha cheiro de sexo no banheiro. Eu não fazia a mínima idéia de onde poderia ter deixado a minha bolsa. Mas isso não faria diferença nenhuma, visto que devo ter cerca de quinze. B deveria estar fumando um cigarro atrás do outro, enquanto todas as solteiras da festa davam em cima dele. Não era pra menos. B é lindo de tirar o fôlego, e ele tinha coisas deveras interessantes pra fazer ao invés de pensar em garotas complexadas que perdem a bolsa em boates entupidas de filinhos de papai feito ele. E eu tinha que conformar com isso, de qualquer jeito. Dava pra notar os raios de sol miúdos da manhã por uma fresta da janela do banheiro. Como eu já tinha ficado a noite inteira lá, não me custava dançar um pouco e tentar curar a minha ressaca interior. Poderia sair beijando qualquer playboyzinho, não iria mudar nada. B não ficaria com ciúmes, e eu não treparia com ninguém. Confesso que estava linda e lúcida. E esse é o detalhe que coloca tudo a perder. Naquela hora meu penteado já estava totalmente bagunçado. Meu rímel deveria estar borrado. E o efeito Cinderela não existia mais. Mas não importava, pois quando me dei conta, estava presa aos lábios de B, e aquilo era tudo e nada ao mesmo tempo.

3 comentários:

Haya disse...

Caracaaaaaaaaa!!!
Eu sempre me vejo em suas linhas. Sempre!
E se B. a encontrou nos lábios dele, que ótimo! Hohoho!
É chato ser mt gata e irresistível. Ai ai...
Eu tô metida hj, na boa.
Beijo, gatona!

caracol menina ~° disse...

Pelo menos teve um fim de noite ou começo de dia feliz.
é como diria uma música: "agente não sabe onde por o desejo".

Até

Lis. disse...

Em todo jeito,
B é B e Ab não é ac,
e fim.

Thanks by your baby story.