De olhos azuis

Os meus olhares magnéticos e as suas poucas palavras: prossegue-se assim a nossa relação. Seu rosto embaixo dos cabelos castanhos claros que eu não estudo mais, os nossos lábios que trocam vestígios de alguns sorrisos e mais nada. Um nada penetrando os pontos fracos que temos em comum, cheio de interrogações. E contudo, trancafiados embaixo dos meus lençóis imaculados, após cada ato, sinto uma longa necessidade de chorar que invade a minha garganta. Meu choro não dói porque nossos atos são indolores e infinitos. Ambos semblantes dissimulados emanam o imensurável abismo da luxúria, onde nossos pensamentos voláteis se suicidam. As mãos cheia de anéis de brilhante não tem mais contato, o coração pulsa em tons avermelhados e a sombra dos nossos cílios, agora, é um fiapo invisível. Durmo na figura do seu corpo que desenho com os olhos apertados e acordo com o seu brilho exagerado ofuscando os meus segredos.

Acho que eu estou ficando louca. Preciso fazer as unhas.