quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Reminiscências


Não era simplesmente sorrir sem motivo, alguma coisa havia mudado. A minha mania de não confiar em ninguém, de me isolar no meu mundinho havia sido interrompida por uma das pessoas a qual eu mais confiei em toda a vida, talvez, a única amiga que eu já tive. Foram momentos escassos porém únicos, era impossível que alguém pudesse roubar as nossas peculiriadades, nossos silêncios, abraços, palavras sem nexo e ,principalmente, a nossa subjetividade. Algumas atitudes eram mal interpretadas, as desculpas, esfarrapadas, mas de qualquer forma ela continuava sendo a minha amiga, a minha menina, minha quase irmã, e isso ninguém tirava dos nossos pensamentos, por mais que o tempo passasse e nós nunca mais nos víssemos, porque algo que aprendemos uma com a outra sempre foi valorizar o elo que nos ligava emocionalmente, mesmo que as outras pessoas não importassem pra gente ou que elas simplesmente nos esnobassem, nós realmente não estávamos nem aí, continuávamos falando as velhas frases feitas, abusando dos mesmos clichês e sendo sinceras acima de tudo, sem brigas, sem discussões, sem tempo. Na verdade, tudo era raro entre a gente. E acho que foi essa raridade que nos uniu tanto, embora, ela seja apenas uma memória hoje em dia, quase imperceptível, como se nunca tivesse existido.


2 comentários:

Letícia Lopes disse...

Ah, sim sim. Entendo sim essa situação. Mas esse "como se nunca tivesse existido" sempre me dói. Em você não? ;*

Anônimo disse...

o.O

Esse negócio de nunca tivesse existido é cruel hein...

:D

Beijos